Os anéis para implante no estroma corneano são segmentos de arco de PMMA (polimetilmetacrilato), um material compatível com o olho, amplamente  utilizado na confecção de lentes intra-oculares, como as  implantadas na cirurgia de catarata.

São utilizados como opção de tratamento para aqueles pacientes portadores de ceratocone, principalmente, mas não somente neles. Podem ser utilizados para outras  ectasias corneanas, como na  ectasia pós refrativa, na degeneração marginal pelúcida, no pós transplante de córnea, por exemplo.

No ceratocone, tem como indicação, os casos moderados a graves, onde a acuidade visual com óculos não é satisfatória e não há boa tolerância às lentes de contato. Para isso, a córnea deve ser transparente, sem cicatrizes e opacidades no eixo visual e a espessura no trajeto do anel deve ser suficiente para que o procedimento seja seguro. Casos muito avançados podem não ter uma boa resposta ao anel e a espessura e transparência corneana costumam ser fatores limitadores. Nesses casos temos o transplante de córnea como opção de tratamento. 

A acuidade visual costuma ter ganhos em quantidade e qualidade, principalmente pela melhora da regularidade da córnea, uma vez que o anel promove um aplanamento da área mais curva.

Respeitado o período de pós operatório, óculos ou lentes de contato são prescritos.

Considero salutar, trabalhar a expectativa em relação aos resultados, sempre! O anel tem sim bons resultados, mas não é um milagre. Ele certamente tira da fila de transplante muitos pacientes que não teriam outra opção.

Dra. Daniela Sampaio

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